Largo do Machado, zona sul do Rio, 23h. Amiga repórter passa tensa, escondendo o logotipo da empresa para não ser impedida de trabalhar por manifestantes tão pacíficos quanto democráticos que, em bandos, ditam quem pode ou não cobrir um ato no espaço público da rua. Levanto, cumprimento-a e volto. Mesmo local, uns chopes depois. Passa cara por quem, por anos, tive grande amizade e admiração, mas que passou a achar linda a covardia dos bandos. Aceno.
A 2,5 km, militantes seguiam na Câmara, invadida, exigindo saída da CPI dos Ônibus de vereadores que não apoiaram sua criação – e que Eliomar Coelho (PSOL) a presida. Para isso, depredaram o gabinete de outro integrante da comissão e tentaram impedir a imprensa de registrar seus atos. Violaram o Código Penal e a Constituição Federal. Políticos eventualmente favorecidos beneficiar-se-ão de crime e censura – legisladores e governantes que negociam, os aceitam como métodos.
(Foto:Rafael Pereira)
De volta ao Largo do Machado. After midnight. À espera do ônibus, funcionários de uma lanchonete multinacional, conversam, ainda atordoados com o ataque sofrido, poucas horas antes, do bando de “manifestantes” que passou atirando pedras, nem aí para o risco à integridade física dos trabalhadores atrás das vidraças e que, agora, reclamavam não de PMs, mas da ausência deles antes. Já quem ataca “símbolos do capitalismo” devia experimentar protestar de forma (realmente) pacífica, contra o governo, em Gaza ou em Cuba, cujo vitalício-emérito fez 87 anos. Aí, conheceriam o que é, de fato, ser preso político sob ditadura.
(The Guardian)
1) Como diz Lobão, "o frouxo unido jamais será um indivíduo". Enquanto minha amiga repórter já mostrou crimes de fato cometidos por policiais, os "manifestantes 'do bem'" posam de vítimas quando cometem crimes e a PM tenta impedir.
2) A, digamos, justificativa foi a cobertura "nojenta" da "mídia" em geral e da Globo, em particular. Ausência de Voltaire à parte, pelo jeito, foi pouco Leilane e cia. repetindo a palavra "manifestação pacífica", enquanto carros eram queimados e seus colegas, na ruam ameaçados. Deveriam ler textos ditados pela apartidária mídia "ninja", de preferência com o Galvão Bueno narrando entusiasticamente cada bomba jogada por esse Brasil-sil, gigante desperto e esperto, que mostra a sua cara
(quer dizer, a esconde...)
3) Constituição Federal – Art. 5º (...) IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm).4) Código Penal – Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
4)After midnight, homanagem ao recém-falecido JJ Cale, seu compositor, que também faz Cocaine
Na ilha dominada pelo Che querido dos "manifestantes 'pacíficos'" que chamam Sérgio Cabral de ditador, essa banal internet é controlada – assim como o surfe, que pode ajudar "infideles" a fugir, como mostra texto nesse link, em homenagem ao ditador com anos em festa.
Atualização: o vereador Eliomar Coelho (PSOL), que os "manifestantes 'democráticos'" querem impor, na marra, como presidente da CPI, usou o Facebook, essa invenção imperialista estadunidense, para dizer que desistiu da sessão de quinta-feira (15/8), entre outras coisas, porque: a)"5 Batalhões da PM, além do Batalhão de Choque, cercam a Cinelândia e impedem o ir e vir da população, mesmo os que não viriam para a CPI"; depois, que: b) "A presidência da Câmara, passando totalmente por cima do Regimento Interno, cancelou o expediente normal" e que "Isso é mais um GOLPE".
Em nenhum momento, Eliomar reclamou do golpe que os "manifestantes" simpáticos a ele deram, ao invadir a Câmara e depredar o gabinete de um colega vereador, do atropelo do Regimento Interno que os mesmos tentam impor, ao não aceitar o rito democrático da eleição para a composição da CPI, nem do cerca que os mesmos 'protestantes' que o apoiam fizeram à Câmara, tentando impedir a saída do presidente da casa, Jorge Felippe (PMDB) e agredindo outros vereadores com ovos. Quanto às violências de seus apoiadores contra os rivais, silêncio total.