Se novas pesquisas mudam perspectivas eleitorais, uma certeza é inabalável para 5 de outubro: a despeito de acharem radicais minhas posições liberais, familiares pedirão-me dicas sobre em quem votar – especialmente para deputados, sobre cujos candidatos saberão quase tanto quanto sobre as escalações da seleções de Irã e Bósnia na Copa.
Não é promessa de candidato: como Seu Creysson, agaranctho que, neste ano, não recomendo votos. E nem é vingança por não lerem Ludwig von Mises, Hayek ou Bastiat antes de atacar o que parece tão estranho ao senso comum, mas por convicção de que o conhecimento formador de opções sinceras é pessoal e intransferível.
Nesse fim de semana, 57% dos entrevistados pelo Datafolha disseram que, se pudessem, nem iriam votar. Se mal conhecem os candidatos e partidos é o melhor que fazem. Escolher o “menos ruim” exige conhecimento que, se por quatro anos, você não teve curiosidade de adquirir, é porque não se importa tanto assim – e nem será de véspera que o conseguirá. Se esse é o seu caso, fique em casa ou vá à praia.
“Por que recomendar a alguém que ‘vá ler mais’?”, questionou, na 2ª-feira, meu amigo Vinícius Albuquerque, editor de SP. Solta, a premissa é pura insinuação de ignorância – localizada, na verdade, em quem a profere, por não saber nem dizer o que (nem por que) ler. O oposto é recomendar determinada leitura ou estudo, por saber que ela acrescentará – há pouco, recebi tal recomendação, de gente inteligente e sincera. Agradeço e me esforçarei.
Publicado originalmente no jornal Destak de 15 de maio de 2014. Reproduzido com alguns acréscimos
Nenhum comentário:
Postar um comentário