Uma cerveja depois do trabalho é muito bom para ficar pensando melhor, mas, se o Destak ficasse no Uruguai, eu, que costumo sair após as 22h, ficaria impedido de, no caminho, ver o bar melhor para ficar, caso prospere o novo projeto de lei enviado pelo Governo ao Congresso uruguaio.
Festejado imerecidamente por “liberar” a maconha, o presidente uruguaio José Mujica quer proibir a venda de bebidas alcoólicas das 22h às 8h. O secretário da Presidência, Diego Cánepa, alega que 200 mil dos 3,5 milhões de uruguaios têm problemas com álcool “bebemos muito e bebemos mal, e esse é um problema que precisamos solucionar”.
As intenções declaradas, claro, são as mais bondosas do mundo e o Estado, no papel de babá se inclui de forma totalitária na vida das pessoas, negando-lhes a liberdade de beber quando – e pararem (só) se quiserem. O “nós” de Cánepa não é por acaso.
Como Milton Friedman, penso que o Estado tem tanto direito de dizer o que pode entrar na minha boca quanto sair dela – inclusive sobre drogas mais pesadas. Se a maconha, estatal, permitida no Uruguai, tiver a qualidade típica dos serviços prestados pelo Estado, temo até que reforce o tráfico ilegal feito por bandidos.
Mujica também pretende reduzir locais autorizados a vender goró e é aplaudido por alguns mesmos que celebraram sua “liberação”. Contraditório? Nada. Culpar o outro (o capitalista, visando lucro, cai como luva) é o vício de quem curte tanto a responsabilidade quanto a liberdade individual.
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