Cadê o Amarildo? A pergunta está em todos os cantos, até projeções de vídeo em paredes de edifícios. Até ao papa ela foi virtualmente feita, na Jornada Mundial da Juventude, o que conota a imensa preocupação dos militantes com a vida do pedreiro desaparecido há 17 dias após ser detido por PMs da UPP da Rocinha.
O caso de Amarildo é mesmo grave, como escancarou “O Globo”, em excelente matéria de Elenilce Bottari. Enquanto ela fazia reportagem, quem prefere não confiar na grande mídia malvada, seguia só gritando palavras de ordem – que, por coerência, também gritaram nos (muitos) casos semelhantes e recentes.
Será?
Dois policiais militares respondem pela morte, em público, de outro pedreiro, Wagner Dias, 27, em maio, no Tocantins. Protestos? Só locais. De volta ao Rio, no último dia 12, foi adiado o julgamento de três PMs acusados de matar o estudante de direito Thiago Henry, 19, em 2008.
Outra notícia: vão a júri popular PMs acusados de matar e ocultar, naquele mesmo ano, o corpo da engenheira Patricia Amiero, 24. Manifestações, só da família dela.PMs também respondem por matar e tentar sumir, em 2011, com o corpo de Juan Moraes, de 11 anos, na Baixada Fluminense. Nem a chacina de 29 pessoas na mesma região, em 2005, por um bando de policiais, teve protestos como os atuais. O que denota – no país de 40 mil homicídios anuais – que o zelo da militância com uma vida específica, sem mensurações de ordem política, pode ser só imaginação.
ONU
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