quarta-feira, 17 de julho de 2013

Não posso deixar de perder

O programador americano Scott Garner é o santo papa dos que evitam encontros indesejados. Criado por ele, o aplicativo Hell is other people (“O Inferno são os outros”, em inglês) indica quem fez check-in, pelo Foursquare, de onde esteve desenha um mapa de locais onde há risco de esbarrar com aquele sujeito que vive pedindo dinheiro emprestado.

Quem marca todo lugar por onde passa é um ególatra que deve mesmo ser evitado, mas, se o leitor detesta o que lê aqui, ofereço esse pequeno guia de onde que dificilmente me verá.

1) Roda de samba: o problema é menos a música que o clima. Há sambas excelentes, como o apocalíptico “Juízo Final”, do Nelson Cavaquinho. Na contramão, as rodas são congraçamentos em que todo mundo é chamado a cantar junto, de braços abertos e rindo sem parar. Haja cãibra no maxilar.

2) Peça do Zé Celso Martinez, das quais os atores tiram os espectadores para participar; o público paga ingresso e mico, quando deveria ganhar cachê.

3) Rock in Rio: longe, com atrações medíocres e/ou repetidas.

4) Protestos da moda contra tudo-isso-que-está-aí. Movimentos de massa raramente têm grande massa encefálica. Quando creem até em transporte grátis, esse risco é zero.

5) Argentina. Essa pelo menos enquanto for “in” nas mesas de bar descoladas, por “lembrar a Europa”. Tento juntar mais dinheiro e ir para a própria.

Publicada em 17 de julho no jornal Destak, com o título Não dá para não perder

Nenhum comentário:

Postar um comentário

<h1>Viagem ao fundo do Rio</h1>

Dentro do país vindo de sua pior queda de PIB (7,2%) e empregos (3,5 milhões) em dois anos, o estado com piores déficits nesses anos (R$...