A notícia de que o STF poderá punir empresas que terceirizam mão de obra em condições “análogas à escravidão” excitou o Clube das Pessoas Legais, tal como a medida do Governo de obrigar formandos em medicina a trabalhar dois anos no SUS, sob pena de não terem os diplomas.
No primeiro caso, o trabalho “escravo” será combatido; no segundo, mais doutores para pobres, creem os “do bem”.
O que a lei chama de “análogo à escravidão”, entretanto, inclui qualquer má condição, como alojamentos ruins. É um mau trato, sem dúvida, mas nada tem de trabalho escravo – que é ser obrigado a trabalhar.
A carência de atendimento médico também é evidente não só no interior como até nas grandes capitais, ao contrário do SUS próximo da perfeição imaginado pelo então presidente Lula, em 2006.
Há várias formas para tentar melhorar esse quadro: de flexibilizar a sufocante lei trabalhista para que mais médicos sejam contratados a parar de impor o que planos de saúde privados devem atender, algo que só os encarece e impede mais pessoas de contratarem seguros médicos conforme suas possibilidades de renda.
Que direito tem o Governo de decidir onde e para quem você deve trabalhar? Quem está mais próximo de escravizar trabalhadores senão o próprio?
(PS: que ainda pode desestimular a formação de médicos).
Publicada em 10 de julho de 2013 no jornal Destak, sob o título original 'O que é mais escravidão?'
sério que você fez essa montagem da foto, joão pequeno?
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